Foi um poeta luso-brasileiro, conhecido principalmente por
sua obra "Prosopopeia", que é considerada o marco inicial do Barroco brasileiro.
Nascido em Porto, Portugal, Bento Teixeira mudou-se para o Brasil colônia com sua
família em 1567. Ele estudou em um colégio jesuíta e tentou seguir a carreira
eclesiástica, mas desistiu.
Em 1584, casou-se com Filipa Raposo e mudou-se para a Capitania de Pernambuco,
onde se dedicou ao magistério e ao comércio. No entanto, sua vida foi marcada por
controvérsias e perseguições religiosas. Acusado de ser judeu e de rejeitar as práticas
cristãs, Bento Teixeira foi perseguido pela Inquisição. Em 1594, ele matou sua esposa e
se refugiou no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Posteriormente, foi preso e enviado
para Lisboa, onde confessou suas crenças judaicas e foi obrigado a renunciar à religião
judaica.
Durante seu tempo na prisão em Lisboa, Bento Teixeira escreveu "Prosopopeia", um poema épico publicado em 1601. A obra exalta as glórias dos Albuquerque, especialmente de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco. Bento Teixeira faleceu na cadeia em Lisboa, em julho de 1618.
Sua obra mais famosa é a Prosopopeia, este poema épico é considerado o marco inicial do Barroco na literatura brasileira. A obra exalta as glórias e virtudes de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco. Além disso, aborda temas como patriotismo, natureza, religião e mitologia.
Embora Bento Teixeira tenha enfrentado muitas dificuldades e controvérsias durante sua vida, sua contribuição para a literatura brasileira é inegável. "Prosopopeia" é uma obra fundamental para entender o início do Barroco no Brasil e a transição do Renascimento para esse novo estilo literário.
"Cantarei o valor de Albuquerque Coelho,
Que as armas e a saber junto concilia,
E com seu braço forte, e alto conselho,
Aos rebeldes contrários não valia."
"Verdes campos, viçosos arvoredos,
Que rega o Capibaribe cristalino,
E de mil aves cantam os segredos,
Que o som levam ao mar, ao céu divino."
"Oh! terra ditosa, oh! terra amada,
Que o céu e o mar te dão seu claro manto,
E em teu seio escondes ouro e prata,
Que a cobiça do mundo causa espanto."