e análises
"Aos que desprezam a fortuna"
Gregório de Matos
O cultismo é marcado pelo uso excessivo de recursos linguísticos que tornam o texto mais complexo e ornamentado. No trecho, Gregório de Matos emprega um vocabulário sofisticado e metáforas que transmitem inconstância e engano, refletindo sobre a ilusão da sorte e a frustração humana, típicas da poesia barroca.
"Sermão da Sexagésima"
Padre Antônio Vieira
O conceptismo se caracteriza pela busca de raciocínios lógicos e profundos. No sermão, Padre Antônio Vieira usa uma lógica simples e eficaz para refletir sobre a insignificância humana diante dos fenômenos naturais, simbolizando a limitação do ser humano frente à grandeza divina. O uso de uma lógica clara e profunda é típico do conceptismo.
"Prosopopéia"
Bento Teixeira
. No verso de Bento Teixeira, há um conflito entre a alma (espiritual) e o corpo (material), com o corpo sendo visto como uma prisão para a alma. Esse confronto reflete a luta barroca pela salvação e a tensão interna entre as tentações do corpo e o desejo de pureza espiritual.
"Sermão da Boa Morte"
Padre Antônio Vieira
O teocentrismo barroco coloca Deus como o centro da existência humana. Padre Antônio Vieira usa a figura de Deus para destacar a miséria humana e a necessidade da misericórdia divina. O pecado é visto como a maior falha, e a salvação depende exclusivamente da graça divina, refletindo a visão teocêntrica do Barroco.
"O fidalgo que se meteu em romeiros"
Gregório de Matos
O Barroco enfatiza a transitoriedade da vida e o pessimismo sobre a existência humana. No poema, Gregório de Matos reflete sobre a rapidez da vida e a certeza da morte, comparando-a a algo passageiro, como um "estro", e o tempo a um "espelho" que revela a morte. Isso transmite uma visão de que a vida é fugaz e constantemente marcada pela proximidade da morte.
"A um anjo"
Botelho de Oliveira
Neste trecho, o exagero e a ornamentação são evidentes na hipérbole, que intensifica as imagens. O sorriso do anjo é comparado a "um raio", exagerando sua força e brilho. A ideia de que o sorriso traz luz e destrói ao mesmo tempo cria um paradoxo, refletindo o poder e a fragilidade típicos do Barroco. O uso de imagens grandiosas e contrastantes visa gerar uma carga emocional intensa, característica dessa estética.
"De um homem que amou e sofreu"
Gregório de Matos
No Barroco, a figura do poeta como um sofredor reflete a luta interna entre desejos carnais e aspirações espirituais. No poema, Gregório de Matos descreve o sofrimento do poeta, dividido entre o amor terreno e suas consequências emocionais. Essa imagem do poeta atormentado por suas paixões e angústias reflete a visão barroca de uma humanidade marcada por contradições internas e sofrimento.
"Prosopopéia"
Bento Teixeira
No Barroco, a temática amorosa mistura a idealização do amor terreno com a busca pelo amor divino. Neste trecho, Bento Teixeira descreve a mulher como celestial, associando-a à beleza das estrelas, enquanto a sensualidade aparece ao associar o corpo à "beleza pura". Essa dualidade entre desejo carnal e idealização reflete o conflito entre o amor terreno e o espiritual, característico do Barroco.
O poema critica a decadência da Bahia colonial, lamentando sua transformação de um estado próspero para um cenário de miséria e corrupção. Denuncia a desigualdade social e a exploração do povo
O poema amoroso de Gregório de Matos equilibra idealização e sensualidade, exaltando a beleza da amada enquanto insinua o desejo carnal. O nome "Angélica" é explorado simbolicamente, remetendo tanto à pureza angelical quanto à delicadeza e erotismo de uma flor.
Gregório de Matos expressa arrependimento e busca a salvação, confiando na misericórdia divina. O poema explora a dualidade barroca entre pecado e redenção, usando paradoxos e conceptismo para enfatizar a fragilidade humana diante do perdão divino.
Vieira inicia seu sermão com a Parábola do Semeador, comparando a pregação à semente lançada na terra. Ele critica os pregadores de sua época por suas palavras vazias e ineficazes. Utiliza perguntas retóricas para envolver o público e adota um tom crítico e didático, propondo o retorno à verdadeira Palavra de Deus.
Vieira destaca o poder transformador da palavra divina quando pregada corretamente. Utiliza metáforas e imagens bíblicas para enfatizar seu impacto, além de uma estrutura paralelística e repetitiva para tornar o discurso mais persuasivo.
O trecho segue a tradição épica ao exaltar a pátria e seus heróis, com forte influência de Os Lusíadas. O autor emprega hipérboles para engrandecer a terra e seus filhos ilustres, além de personificar a pátria como uma mãe orgulhosa.
A análise destaca o uso do conceptismo, com um raciocínio lógico para exaltar o mar e os navegadores. O oceano é personificado como um ser poderoso e ameaçador, enquanto o tom épico remete às grandes navegações.
O texto usa o Cultismo para destacar a beleza da ilha, com metáforas e imagens sensoriais. A dualidade barroca é expressa na oposição entre momentos, simbolizando renovação, e a personificação da Terra atribui à ilha uma identidade humana. A antítese reforça sua riqueza e diversidade.
O poeta usa imagens sensoriais e visuais para descrever águas cristalinas, árvores imponentes e flores perfumadas, criando uma cena paradisíaca. As flores são personificadas como "místicas meninas", ganhando características humanas. A referência religiosa e romântica, com a menção de "místicas meninas" e "ares de Romeus", remete à dualidade barroca entre o divino e o terreno.